sábado, 6 de junho de 2015

Pariparoba

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NOME CIENTÍFICO: Potomorphe umbellata (L.) Miq.

FAMÍLIA BOTÂNICA: Piperaceae.

SINONÍMIA
Aguaxima, caapeba, caá-peuá, caapeba-do-norte, caapeba-verdadeira, capeba,  capeua, capeva, catajé, jaborandi-manso, jaguarandi, malvaísco, malvarisco, lençol-de-santa-bárbara, malvaísco, malvarisco, pariparoba.

HABITAT
Espécie autóctone que cresce espontaneamente nas beiradas da Mata Atlântica, capoeiras e capoeirões. Também ocorre em áreas ruderais. É considerada  planta rara em Santa Catarina, sendo que o limite austral de ocorrência é a Serra do Tabuleiro (177)

FITOLOGIA
Planta arbustiva, perene, de 1,5 a 2,5m de altura. Folhas longo-pecioladas, de pecíolo glabro, vaginado-alado, puberulento e bainha desenvolvida, medindo 10 a 25cm de diâmetro. O limbo é profundamente cordado na base, brevemente acuminado no ápice, membranoso, ápice agudo, 11 a 13-peltinérvia, nervuras aveludadas na face dorsal, com pontuações translúcidas glandulosas. As flores dispõem-se em espigas axilares, em número de 2 a 6, eretas, 3 a 4cm de comprimento, dispostas em umbelas sobre um pedúnculo axilar glabro. Flores sésseis, andróginas e minúsculas. Fruto tipo baga, turbinada, trígona, esverdeada quando nova e preta ao final, com 6 a 7cm de comprimento. As folhas, amassadas, exalam aroma de hortelã.

SOLO
Cresce melhor em solos humosos, do tipo serrapilheira, úmidos e frescos. É tolerante à acidez do solo. Não prospera bem em solos arenosos ou muito argilosos. É nitrófila.

CLIMA
Espécie pan-tropical, que apresenta uma ampla adaptação térmica. É heliófita ou esciófita e seletiva higrófita. Prefere o clima tropical ou subtropical quente e úmido. A insolação excessiva resulta em amarelecimento e paralisação do crescimento das mudas.

AGROLOGIA
  • Espaçamento : 1,5 x 1,0m.
  • Propagação: sementes, rebentos de raiz e estacas de ramos e caule. As sementes são postas a germinar em bandejas de isopor com substrato organo-mineral. As estacas são enraizadas em substrato arenoso ou à base de vermiculita, sob telado de sombrite 70% e irrigação.
  • Plantio: primavera e outono.
  • Adubação: 0,5 a 1,0kg/planta de composto orgânico bem curtido.
  • Irrigação: deve ser diária, até o pleno estabelecimento das mudas a campo.
  • Consórcio: a planta é muito vulnerável ao plantio a céu aberto, necessitando de uma consorciação com espécies mais altas e de maior cobertura vegetal. O excesso de exposição solar degrada os cromopigmentos da folha, podendo resultar em necrose progressiva da mesma.
  • Florescimento: março a junho, outubro e dezembro.
  • Colheita: inicia a partir do segundo ano após o plantio.

PARTES UTILIZADAS
Raiz, folhas, casca, amentilhos e sementes.

FITOQUÍMICA
Óleo essencial, compostos fenólicos, esteróides e mucilagens (128), chavicina, pariparobina, jamborandina, piperatina e piperina (9) e o carotenóide prolicopeno (0,23%) (281).

PROPRIEDADES ETNOTERAPÊUTICAS
Odontálgica, antiescorbútica, detersiva, vermífuga, vulnerária (93), antiinflamatória externa e interna (119), tônica, febrífuga, reguladora da menstruação, carminativa, estomáquica (257), anti-hemorroidária, anti-hipertensiva (215), emoliente, desobstruente, resolutiva, béquica, sudorífica (68), diurética, anti-reumática, colagoga, emoliente (9) e antiasmática (271).

INDICAÇÕES
Utilizada em queimaduras, infarto das vísceras abdominais, machucaduras (120), malária (130), insuficiências hepáticas (128), resfriado, gastralgias, azias, úlceras (215), afecções do aparelho digestivo (257), hepáticas, urinárias e das vias respiratórias, bronquite, debilidade orgânica em geral, atonia estomacal, abcessos e furúnculos (68).

FARMACOLOGIA
Possui atividade analgésica, mas não atividade mutagênica e antimalárica (120).

FORMAS DE USO
  • Infusão ou suco: 1 colher das de sopa das folhas em ½ litro de água (insuficiência hepática).
  • Vinho: macerar durante 15 dias 2 colheres das de sopa de raiz em 1 garrafa de vinho branco. Tomar 1 cálice antes das principais refeições como estimulante da digestão (128).
  • Linimento: triturar as sementes com óleo de linhaça. Fazer aplicações tópicas sobre furúnculos e abcessos.
  • Decocção – usar:
Þ  casca do tronco para afecções respiratórias.
Þ  raízes para febres, distúrbios gástricos, debilidade orgânica e afecções urinárias.
  • Suco: uso tópico sobre queimaduras (68).

OUTRAS PROPRIEDADES
  • Os índios utilizam os frutos (bagas) como alimento.
  • As folhas são comestíveis.