sexta-feira, 5 de junho de 2015

Tinge-Ovos

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NOME CIENTÍFICO: Phytolacca thyrsiflora Fenzl. ex Schmidt. 

FAMÍLIA BOTÂNICA: Phytolaccaceae.

SINONÍMIA
Caruru-açu, caruru-bravo, caruru-de-cacho, caruru-de-porco, carurú-guassú, caruru-selvagem, cupieiro, erva-da-américa, erva-de-cachos, erva-de-laca, erva-do-canadá, erva-dos-cachos-da-índia, erva-pombinha, fruto-de-pombo, marando, mechoacan-do-canadá, tintureira, tipi.

HABITAT
Espécie autóctone das Américas, ocorrendo no Brasil principalmente nas regiões nordeste e sudeste.  Ocorre desde o nível do mar até 1.80m de altura (209). Cresce subespontaneamente em áreas ruderais, capoeiras e terrenos férteis abandonados.

FITOLOGIA
Planta herbácea ou subarbustiva, muito ramificada, multicaule, lisa, glabra, medindo 1,5 a 1,8m de altura. Caule cilíndrico, lenhoso na base e carnoso, com núcleo esponjoso, no topo, verde e às vezes manchado de vermelho. Raiz napiforme. Folhas alternas, elíptico-ovaladas, simples, base decorrente, ápice agudo, verdes, margem crenulada, nervuras proeminentes na face dorsal. Inflorescência em rácemos espiciforme, cilíndricos, medindo 15 a 18cm de comprimento. Flores monoclamídeas, composta de 5 tépalas brancas, róseas ou lilases, ovaladas a orbiculares. Fruto baga subglobosa, rosetiforme, contendo uma semente por carpelo, liso, glabro, vermelho-purpúrea quando maturo, com cerca de 4 a 5mm de diâmetro. Semente lenticular, faces convexas, subglobosa, preta, brilhante, glabra, lisa.

CLIMA
Desenvolve-se bem em climas tropicais e subtropicais.

SOLO
Cresce subespontaneamente em solos férteis e humosos. Não tolera solos ácidos e compactados.

AGROLOGIA
  • Espaçamento: 1,0 x 0,50m.
  • Propagação: sementes.  Semear em bandejas de isopor com substrato orgânico. É feita naturalmente pelos pássaros.
  • Plantio: primavera, verão e outono.
  • Adubação: 2 a 3kg de cama de aviário/m2.
  • Florescimento: ano todo.
  • Colheita: 6 meses após o plantio.

FITOQUÍMICA
A raiz e o fruto encerram phyitolacina, enquanto que os frutos encerram phytolaína e ácido fitolácico, e as sementes phytolaceína (93). A planta contém ainda saponinas e phytolacagenina.

PARTES UTILIZADAS
Frutos, raiz e folhas.

PROPRIEDADES ETNOTERAPÊUTICAS
Antiinflamatória e analgésica tópica (271). A raiz é purgativa, vomitiva, anti-reumática, antiescorbútica e depurativa. As folhas contusas são drásticas, anti-reumáticas e anti-sifilíticas. O fruto verde é um purgativo enérgico (93). As folhas são diuréticas e vulnerárias (242).

INDICAÇÕES
A tintura, alcoolatura ou extrato fluido da raiz são indicados para dermatoses e orquites. As folhas contusas são reputadas eficientes na cura das úlceras malignas e o cancro (93). Bochechos e gargarejos com o decôcto das folhas são indicados para afecções buco-faringeanas (271).


ATIVIDADE BIOLÓGICA
Moluscicida. As saponinas apresentam forte atividade contra Biomphalaria glabrata, que é vetor de Schistosoma mansoni (Haraguchi et al., apud 209).

TOXICOLOGIA
As folhas, sementes e as raízes são tóxicas. Os frutos contém pequena quantidade de alguns componentes tóxicos (209). Em doses elevadas, provoca vômitos e narcotiza o paciente. A phytolacina é tóxico-convulsionante (93). Duas horas após a ingestão, ocorre ânsia de vômito, diarréia, espasmos, convulsões e morte (242).

OUTRAS PROPRIEDADES
  • A planta é ornamental.
  • Os frutos contém um corante, do grupo da betacianinas, utilizado para tingir plumas e vestimentas de índios.
  • Os frutos já foram utilizados no passado para enfeitar e colorir doces, vinhos e xaropes.
  • Os frutos são muito apreciados pelas aves em geral.
  • As folhas e os brotos jovens, após submetidas à decocção, são comestíveis.
  • É ornamental e fixadora de dunas.