
NOME CIENTÍFICO: Asclepias curassavica L.

FAMÍLIA BOTÂNICA: Asclepidaceae.
SINONÍMIA
Algodãozinho-do-campo, algodãozinho-do-mato, camará-bravo, capitão-de-sala, capitão-da-sala, cavalheiro-da-sala, cega-olho, cega-olhos, chibança, dona-joana, erva-de-paina, erva-de-rato, erva-de-satã, erva-leiteira, falsa-erva-de-rato, flor-de-sapo, ipecacuanha-brava, ipecacuanha-das-antilhas, ipecacuanha-falsa, leiterinha, mané-mole, margaridinha, margaridinha-leiteira, mata-olho, paina-de-sapo, paina-de-seda, paininha.
HABITAT
Espécie autóctone da América Latina, crescendo espontaneamente em pastos, a beira de estradas e áreas ruderais.
FITOLOGIA
Planta herbácea perene, lactescente, com cerca de 1,0 a 1,30m de altura. Caule cilíndrico, ereto, articulado e ramoso. Folhas opostas, quase glabras, pálidas na face dorsal, membranáceas, lisas, pecioladas, lanceoladas, aguadas em ambas extremidades, medindo cerca de 10 a 12cm de comprimento. Inflorescência em umbelas bracteadas, longo-pedunculadas, axilares e no ápice da planta. As flores apresentam pétalas vermelhas e petalóides amarelo-alaranjados, reflexos. O fruto é uma cápsula fusiforme, bilocular, glabra, deiscente, medindo 6 a 7cm de comprimento e contendo muitas sementes castanhas, ciliadas.
CLIMA
Desenvolve-se bem tanto em regiões tropicais até em temperadas quentes.
SOLO
É pouco exigente, adaptando-se mesmo nos argilosos, ácidos e úmidos.
AGROLOGIA
- Espaçamento : 0,6 x 0,4m.
- Propagação: sementes. As sementes são postas a germinar em bandeja de isopor contendo substrato organo-mineral.
- Plantio: março a abril.
- Adubação: a planta é muito rústica, dispensando adubações.
- Pragas: é atacada pela lagarta Papilio teratii, Diaspis cordiae e pelo pulgão Aphis nerii (93).
- Colheita: 3 a 4 meses após o plantio.
PARTES UTILIZADAS
Folhas, raízes e látex.
FITOQUÍMICA
Asclepiadina (93).
PROPRIEDADES ETNOTERAPÊUTICAS
O látex é purgativo, emético, tônico cardiovascular em doses mínimas. São atribuídas às raízes propriedades sudoríficas, febrífugas, vermífugas, antiasmáticas, anti-hemorroidárias, antidiarréicas, antileucorréicas e antiblenorrágicas. A planta inteira, sêca e pulverizada, é hemostática (93). As raízes são bernicidas (242).
INDICAÇÕES
As folhas machucadas são usadas sobre as feridas para cicatrização rápida. O látex é indicado para hiposistolia cardíaca e astenia vascular. As raízes são indicadas para combater o panarício (93). Compressas das folhas são indicadas para úlceras e feridas carnosas. O látex cauteriza verrugas (271).
TOXICOLOGIA

O látex é cáustico, causando sérias inflamações oftálmicas. A asclepiadina é um veneno convulsivo dos músculos lisos e do coração. O macerado do caule prova nos animais de sangue quente parada da respiração, convulsões, arritmia cardíaca e parada cardíaca. A ingestão de 1g da planta por kg de peso vivo, é suficiente para causar a morte em animais (242).
OUTRAS PROPRIEDADES
- Os caules fibrosos podem ser utilizados como matéria prima para a fabricação do papel.
- A penugem que envolve as sementes, de consistência sedosa, pode ser utilizada para o enchimento de almofadas e travesseiros, além de já ter sido utilizada em cordoaria.
- É melífera e ornamental.
- É hospedeira do fungo Uromyces Hovei (93).
- O látex da planta, colocado sobre uma isca (banana), é um eficiente raticida (192).