
NOME CIENTÍFICO: Jatropha gossypiifolia L.

FAMÍLIA BOTÂNICA: Euphorbiaceae.
SINONÍMIA
Batata-de-teú, erva-purgante, jalopão, mamoninha, manfuí-guaçú, peão-curador, peão-pagé, peão-roxo, pião-caboclo, pião-roxo, pinhão-bravo, pinhão-de-purga, pinhão-do-paraguai, raiz-de-teú.
HABITAT
Espécie de origem americana que cresce em terrenos ermos, em baixa altitude.
FITOLOGIA
Planta anual com cerca de 1,0 a 1,5m de altura, ramificada. Folhas alternas, palmadas, glabras, ciliadas ou glandulíferas na margem, 3 a 5 partidas ou lobadas, pecioladas, pubescentes, glabrescentes na face dorsal. Inflorescência em cimeira contraída, composta de flores monóicas, as masculinas na parte superior. Cálice 5-lobado, 5 pétalas livres, com 8 a 12 estames. Pétalas obovadas de cor púrpura escura. Flores femininas dispostas nas partes baixas da inflorescência com estigma bifurcado. O fruto é uma cápsula ovóide ou subglobosa, truncada em ambos os extremos, 3-sulcadas, com 1cm de diâmetro, separando-se facilmente em carpelos 2-valvos (120; 351). O fruto contém uma semente escura com pintas negras.
CLIMA
Cresce espontaneamente em regiões tropicais, embora adapte-se as subtropicais.
AGROLOGIA
- Espaçamento: 1,5 x 1,5m.
- Propagação: sementes. As mudas podem ser preparadas semeando-se em bandejas de isopor ou saquinhos plásticos, contendo substrato organo-mineral.
- Plantio: outono e primavera.
- Adubação: 1kg/planta de cama de aviário.
- Colheita: inicia 1 a 2 anos após o plantio.
FITOQUÍMICA
Flavonóides, taninos, saponinas e histamina. As raízes e sementes contém terpenos e lignanos, sendo que as sementes contém curcina, uma proteína tóxica e ésteres diterpênicos de forbol (49). Os ramos contém lignanos, alcalóides, álcoois alifáticos de cadeia larga e palmitona (81). A folha contém histamina, vitexina, iso-vitexina e taninos. Substâncias específicas: apigenina, jatropina, g-butiri-lactona-2-piperonilida, jadaina, jatropha-factor G-2,3,4-d apoxijatrophatriona, 3,4-b-epoxijatrophatriona, jatropholonas A e B, jatrofona, 2-d-hidroxijatrofona, 3,4-d-epoxi-jatrofona, 2,3-bishidroximetil-6-naftaleno, 12-desoxi-16-hidroxiphorbol, prasanthalina, saponaretina e vitexina (81; 217; 425; 442).
PROPRIEDADES ETNOTERAPÊUTICAS
Antiasmática (as flores), anticatarral, purgante, vomitiva (o óleo da semente), antidiabética, antiartrítica, diurética (351), purgante, vomitiva, vulnerária, laxante, anti-helmíntica (folhas) (179), anti-reumática, derivativa (93), antiinflamatória, diurética (425), anti-hidrópica e antitérmica (120).
INDICAÇÕES
É útil para o tratamento de feridas, mordida de animais peçonhentos, obstruções das vias abdominais e gripes fortes (120). A planta é ainda utilizada para cólicas estomacais, nefríticas e hepáticas e para úlceras gastrintestinais (303).
FARMACOLOGIA
Observou-se efeito hipoglicemiante in vivo em ratas tratadas com dexametasona (Llanes et al., apud 179). Extratos etanólicos a 95% das raízes apresentaram atividade antitumoral em ratos portadores de leucemia P-338, carcinoma de Walker, sarcoma 180 e WM 256 e adcarcinoma pulmonar de Lewis. A atividade é atribuída a jatrofona (217). O extrato etanólico das folhas apresenta atividade depressora do sistema nervoso central (via intraperitonial) e uma leve ação anticonvulsionante em ratos com convulsões induzidas por metrazol. O extrato etanólico da raiz, via intraperitonal, antagoniza as convulsões induzidas por estrecnina, em ratos. O extrato das folhas é inativo (2).
ATIVIDADE BIOLÓGICA
O diterpeno apresenta atividade antiprotozoaria . Os ramos e caule apresentam atividade antimicrobiana in vitro contra Escherischia coli (85). Os extratos acuosos e etanólicos da planta inteira apresentam atividade moluscicida frente a Bulinus globulus (3). O extrato acuoso da folha (15mg/ml) mostrou-se ativo contra Plasmodium falciparum, causador da malária (156; 329). Apresenta atividade antibiótica contra Microsporum cani e Microsporum gypseum; atividade sobre o vírus citomegalo e Sindbis; inibição dos tumores em disco da batata (LC50=3,0mg/ml); atividade moluscicida contra Biompholaria glabrata (179).
TOXICOLOGIA
A planta é abortiva (351), por ser estimulante da musculatura uterina (329). O extrato etanólico da raiz (95%) apresenta atividade citotóxica in vitro (217). O contato com a planta pode provocar severas reações alérgicas e a seiva pode causar dermatites (124). O óleo da semente, aplicado topicamente, causa irritação na pele (4). A dose letal média, DL50, in vitro do extrato etanólico utilizando Artemia salina foi de 1,0mg/ml (329). As sementes não devem ser utilizadas (303).