Gossypium baradense
Há registros de seu cultivo na índia, China e Egito anteriores a 500 a.C. Além do uso têxtil, sempre foi usado medicinalmente. Indicado em Afecção ovariana, bouba, cravo, dismenorreica.
Descrição : Planta da família das Malvaceae, também conhecida como algodão-de-malta, algodão-herbáceo, amaniú, coton.
Arbusto grande, ereto e ramoso de até 4 m (menor quando cultivado) com glândulas puntiformes, folhas pecioladas, alternas, palmadas, 3-5 lobadas, lobos ovados lancedados, acuminados 5-7 nervados, de 17 cm de comprimento e 20 cm de largura.
Flores amarelas, raramente róseas, com manchas purpúreas na base das pétalas.
Seu fruto é uma cápsula longo-mucronada ou aguda com 3-5 sulcos longitudinais e com igual número de valvas e lóculos oblongados e elípticos com 7-8 sementes obovais, glabras, soldadas.
Habitat: Encontrada em todo o pais.
Partes utilizadas : Toda a planta.
História: Há registros de seu cultivo na índia, China e Egito anteriores a 500 a.C.
Além do uso têxtil, sempre foi usado medicinalmente.
Parte de sua fama deve-se à baixa incidência de pragas e doenças nas suas lavouras.
Chegou à América do Norte no século XVIII com excelente adaptação.
O uso das cascas de sua raiz era para indução do parto e contenção de eventuais hemorragias associadas.
Na China o óleo culinário de suas sementes foi associado à esterilidade masculina e posteriormente estudadas e utilizadas como anticoncepcional masculino.
Chegou ao Brasil também no século XVIII estando bem adaptado.
Propriedades medicinais: Abortiva, diurética, emenagoga, emoliente, ocitócica, adstringente, antiespasmódico, adstringente e hemostático.
Indicações: bouba, cravo, dor ovariana intermitente, hemorragia post-partum, herpes, infecção uterina, metrorragia ou hipermenorreia, retenção de placenta.
Asma brônquica e bronquite: como expectorante e estimulante do centro respiratório.
Também indicado para controle da dismenorreia em miomatose (regras profusas), endometriose e adenomiose.
Princípios ativos: Betaína; Óleos essenciais; Resinas; Salicilatos; Sesquiterpenos; gossipol; taninos ; Fenóis; ácido hidroxibenzoico; Ácidos orgânicos; ácidos málico e cítrico; Fitosteróis: (3 sitosterol; Vitamina; E; Óleos fixos: ácidos graxos poli insaturados.
Contraindicações/cuidados: Em mulheres férteis que querem engravidar pois o algodoeiro pode impedir a nidação do ovo. Em homens com oligospermia em tratamento contra infertilidade. Em pessoas alérgicas a taninos.
Efeitos colaterais: As pesquisas garantem o uso do algodoeiro em humanos nas doses indicadas. A DLM é acima de 180ml para um adulto com mais de 60Kg. O gossipol causa hipopotassemia, fadiga crônica e oligospermia com o uso prolongado - dose tóxica seria de 500 vezes superior à dose terapêutica, causando congestão pulmonar e hemorragia difusa.
Superdosagem: Deverão ser feitos: o esvaziamento gástrico, lavagem com soro fisiológico e colocação de sonda nasogástrica.
As resinas podem causar cólicas e diarreias, justificando o uso da hioscina.
Em caso de fraqueza muscular e taquipneia deverá ser usado um anticolines-terásico.
O choque deve ser tratado com aminas simpaticomiméticas - dopamina e dobutamina, e vasopressores.
Posologia: Adultos: 10 a 20ml de tintura divididos em 2 ou 3 doses diárias, diluídos em água 2g de erva seca (1 colher de sopa para cada xícara de água) de cascas e raízes em decocto até 3 vezes ao dia. Crianças de 2 a 5 anos: 2 ml 3 vezes ao dia, às refeições. De 5 a 8 anos: 3ml 3 vezes ao dia, às refeições. De 8 a 12 anos: 4ml 3 vezes ao dia, às refeições. Posologia por peso corporal: 0,3ml/Kg/dia.
Farmacologia:
Trabalhos produzidos na China demonstram sua atividade antifertilidade masculina redutora da espermatogênese.
Sua concentração nas raízes é pequena, levando a baixa atividade farmacológica nas doses indicadas.
Exibe atividade antifúngica potente in vitro inibindo o crescimento de A. fumigatus. O (3 sitosterol exibe pequena atividade estrogênica, reduz os níveis séricos de colesterol e o tamanho da hiperplasia prostática benigna. O ácido cítrico possui atividade anticoagulante.
O Algodoeiro foi investigado no início do século XX nos EE.UU. por sua ação no útero, foi demonstrado que ele produz uma contração mantida semelhante à induzida pela ergotamina.
O extrato aquoso produziu contração e inibiu a nidacão de óvulos fecundados no útero de cobaias. Exibe também atividade vasoconstritora sobre o endométrio reduzindo o fluxo menstrual e a hemorragia pós-parto.
O extrato aquoso tem ação antimutagênica comprovada devido à vitamina E.
O extrato alcoólico tem atividade espasmolítica potente sobre várias musculaturas lisas de cobaias. Pesquisadores da universidade de Antioquia não verificaram a mesma ação com o decocto o que sugere que o princípio ativo responsável seja lipossolúvel. Estes extratos também exibem atividade antiviral e estimulante do SNC, com estímulo do centro respiratório,devido a óleos essenciais.