terça-feira, 7 de março de 2017

Feijoa


 Acca sellowiana, Goiaba-da-serra, Goiaba-serrana, Goiaba-ananás, Goiaba-abacaxi, Goiaba-do-mato, Goiaba-do-campo, Goiaba-crioula, Araçá-do-rio-grande, Guarobí
Foto: Stefano
A feijoa é um arbusto ou arvoreta frutífera, perenifólia, nativa das regiões de terras altas do sul do Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. Ela é da mesma família de outras plantas nativas, como pitangajabuticaba e goiaba. É conhecida por seus frutos perfumados e saborosos, e é muito consumida na Europa, Estados Unidos e Oceania, principalmente na Nova Zelândia, seu principal produtor e mercado consumidor. No Brasil ainda é pouco conhecida e rara. Atribui-se isso ao fato de ser uma planta ainda pouco domesticada e seu frutos ser bastante perecível após a colheita, não resistindo mais que duas semanas. Há cerca de 4 cultivares melhoradas no Brasil, produzidas pelas EPAGRI, de Santa Catarina. Já a Nova Zelândia está bem mais adiantada, com mais de 30 cultivares produtivas, e outras tantas em desenvolvimento.
Apresenta tronco ramificado, com casca cinzenta, e atinge de 2 a 5 metros de altura. A copa é densa, com folhas opostas, elípticas e coriáceas, com pecíolos curtos. A página superior das folhas é verde, enquanto que a inferior é pálida, prateada. Floresce no verão, despontando lindas flores de pétalas carnosas e longos estames vermelhos, em tufos. As flores podem surgir solitárias ou em cachos. Os frutos amadurecem no outono e são elipsóides, sumarentos, com polpa gelatinosa, translúcida e brilhante no centro e granulosa, branca e opaca próximo à casca. A casca é verde, independente se o fruto está maduro ou não. Os frutos maduros caem no chão. Para saber o ponto certo da colheita, deve-se passar diariamente, verificando se o fruto está ligeiramente mais macio e se solta facilmente do ramo. A polpa é doce e ácida, com um perfume encantador. Diz-se que lembra a goiaba, o abacaxi e o morango, no sabor. Cada fruto contém de 40 a 100 sementes brancas e duras, semelhantes às sementes de goiaba. Tanto as flores como os frutos são avidamente comidos pelas aves silvestres. A polinização se dá por abelhas e aves. Apesar de se autopolinizar e ser capaz de produzir frutas sozinho, a feijoa tem sua produtividade consideravelmente aumentada se estiverem disponíveis outros indivíduos próximos, para a polinização cruzada.
As pétalas das flores da feijoa são doces e comestíveis também, sendo utilizadas em saladas e para adornar pratos. O fruto é consumido cozido ou mais frequentemente in natura, simplesmente partido ao meio e comido de colher, como uma deliciosa sobremesa. Com ele pode-se preparar sucos, vitaminas, mousses, geléias, compotas, sorvetes, licores, e uma infinidade de preparações culinárias. O frutos maduros se conservam em geladeira, mas por pouco tempo, e sua polpa pode ser congelada. Pesquisas em diversos países, apontam a feijoa como uma “superfruta”, um alimento com propriedades importantes, por seu conteúdo de vitaminas, minerais e substancias antioxidantes.
A feijoa se destaca no paisagismo principalmente por suas belas e delicadas flores. Ela pode ser utilizada isolada, em grupos e até mesmo em renques, formando boas cercas vivas. Admite podas de formação, que deixam a copa mais densa, embora prejudique a produção de frutos. Para estimular a produção de frutos, convém deixar a copa limpa e arejada. É ideal também para cultivar em vasos, adornando pátios, sacadas, entre outros espaços pavimentados ao ar livre.
Deve ser cultivada sob sol pleno ou meia sombra, em solo fértil, profundo, enriquecido com matéria orgânica e irrigado no primeiro ano de implantação. Após bem estabelecida, a feijoa tolera períodos curtos de estiagem, no entanto, para maior produção de frutos, não deve faltar água durante a floração e frutificação. Prefere o clima subtropical, com pelo menos 50 horas de frio para uma produção de frutos satisfatória. Tolerante a geadas, sofrendo apenas com danos leves caso ocorra geada fora de época. Teme o vento intenso. Multiplica-se por sementes, estaquia e enxertia. As sementes germinam em 40 a 90 dias após o plantio. Transplantar mudas com 40 cm ou mais, em dias nublados. A produção inicia-se entre 4 a 9 anos após o plantio, dependendo da origem das mudas, da cultivar escolhida e da adaptação ao ambiente, entre outros fatores.