quarta-feira, 1 de janeiro de 2020

Cana-do-reino

Cana-do-reino


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Como ler uma infocaixa de taxonomiaArundo donax
Cana-do-reino (Arundo donax)
Cana-do-reino (Arundo donax)
Classificação científica
Reino:Plantae
Clado:angiospérmicas
Clado:monocotiledóneas
Ordem:Poales
Família:Poaceae
Subfamília:Arundinoideae
Tribo:Arundineae
Género:Arundo
Espécie:A. donax
Nome binomial
Arundo donax
L.
Arundo donax é uma espécie de planta com flor pertencente à família Poaceae. A autoridade científica da espécie é L., tendo sido publicada em Species Plantarum 1: 81. 1753.[1] A Cana-do-reino ou cana (Arundo donax) é uma alta planta perene, nativa do sul e este da Ásia, e da bacia do Mediterrâneo.[2] Não confundir com a "cana-da-india" originária da China e de nome científico Phyllostachys bambusoides(1). Cresce por volta dos 4 m a 6 m, raramente passando dos 10 m, com ramos ocos de 2 a 3 cm de diâmetro. As folhas variam entre os 30 a 60 cm de comprimento e entre 2 a 6 cm de largura, de tonalidade verde-acizentado, cujas bases apresentam tufos. Sua flor brota no verão tardio, nas secções elevadas da planta, com 40 a 60 cm de comprimento, e cujas sementes raramente são férteis. Por outro lado, essa planta reproduz-se por meio de rizomas subterrâneos. Os rizomas são rijos e fibrosos, aparentando nós, a dispersando-se pelo solo a até 1m de profundidade, compondo uma rígida base à cana-do-reino. Acredita-se que seja uma evolução a adequar-se às enchentes frequentes das regiões onde cresce, as quais poderiam enfraquecer e arrancar a planta. Sua alta taxa de crescimento (5 cm por dia na primavera) requer grandes quantidades de água, disputando cada centímetro de solo com outras espécies vegetais locais.

Cultivo e usos[editar | editar código-fonte]

cana-do-reino tem sido cultivada pela Ásia (especialmente os Orientes Próximo e Médio), sul da Europa e norte da África por milénios. Os antigos egípcios envolviam seus mortos com as folhas dessa planta, ao passo que sua cana (a qual contém silício) tem sido usada na fabricação de varas-de-pescar, bengalas e papel.
Além disso, sua cana é ao mesmo tempo flexível e forte o bastante para ser usada como palheta para instrumentos de sopro como o oboéclarinetesaxofone e gaita-de-fole; tal uso é constatado em flautas de mais de 5 000 anos. Para além de objetos como bengalas e varas-de-pesca, o característico crescimento rápido da cana-do-reino sugere que seja uma ótima opção para a produção de biomassa e celulose para papel. Em Portugal esta cana é ainda usada para fazer foguetes e serve também na agricultura para suportes de algumas espécies como o tomateiro e Abobrinha também designada curgete em Portugal . É ainda utilizada para suporte de flores e trepadeiras em vasos.

Uma espécie invasora[editar | editar código-fonte]

cana-do-reino foi introduzida na Califórnia na década de 1820 a fim de fornecer matéria-prima para telhados e controle de erosão por meio da drenagem de canais na área de Los Angeles. Tornou-se popular como planta ornamental e passou a ser cultivada também para a produção de palhetas musicais. A omissão em seu controle e o clima costeiro quente do oeste estadunidense, a tornaram uma espécie invasora de rápida proliferação, ampliando sua área ainda nos dias de hoje. Também passou a ser cultivada na América do Sul e Australásia.[3]

Portugal[editar | editar código-fonte]

Trata-se de uma espécie presente no território português, nomeadamente em Portugal Continental, no Arquipélago dos Açores e no Arquipélago da Madeira. Na Madeira, e possivelmente noutras regiões de Portugal, é conhecida por cana-vieira (também grafado canavieira)[4] ou cana-de-roca.[5]
Em termos de naturalidade é nativa de Portugal Continental e introduzida nos Arquipélago dos Açores e da Madeira.

Protecção[editar | editar código-fonte]

Não se encontra protegida por legislação portuguesa ou da Comunidade Europeia.