quarta-feira, 1 de janeiro de 2020

Ipê-amarelo-flor-de-algodão

Ipê-amarelo-flor-de-algodão


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Como ler uma infocaixa de taxonomiaHandroanthus serratifolius
Handroanthus serratifolius.jpg
Classificação científica
Reino:Plantae
Divisão:Magnoliophyta
Classe:Magnoliopsida
Subclasse:Asteridae
Ordem:Lamiales
Família:Bignoniaceae
Género:'''Handroanthus'''
Espécie:H. serratifolius
Nome binomial
'''Handroanthus serratifolius'''
Sinónimos
Ver texto
ipê-amarelo-flor-de-algodão, que possui o nome científico Handroanthus serratifolius, é uma espécie de árvore do gênero Handroanthus.[1][2] É uma árvore com porte que varia de médio a grande e pode atingir de 15 a 30 metros de altura. Possui o tronco fissurado formando finas placas que se soltam em pequenas quantidades. Suas flores são de cor amarelo-dourado e se formam em cachos. As vagens são bipartidas com comprimento entorno de 35 cm, com coloração marrom-escura, rugosa e sem pelos, que se abrem soltando sementes. As folhas possuem de cinco a quatro folíolos e bordas suavemente serrilhadas. Possui sementes retangulares aladas e germinação simples.

Outros nomes[editar | editar código-fonte]

No Brasil também é conhecida como[5]:

Alteração do gênero[editar | editar código-fonte]

Pertencente à família Bignoniaceae, o gênero Tabebuia constitui um importante grupo de plantas neotropicais, distribuídas desde o sudoeste dos Estados Unidos até o norte da Argentina e Chile. Trata-se do maior gênero da família, totalizando cerca de 100 espécies, muitas delas amplamente reconhecidas pelo valor ornamental e qualidade das madeiras que produzem.[6]
Complexo, do ponto de vista taxonômico, o gênero sofreu inúmeras alterações ao longo de sua história. Originalmente, todas as espécies conhecidas como ipês eram incluídas no gênero Tabebuia para abrigar as Bignoniáceas arbóreas de folhas simples. A descrição de novas espécies na família e a grande variabilidade morfológica com que se apresentavam, no entanto, acabaram levando a uma expansão nos limites genéricos iniciais. Assim, à medida que surgiam novos estudos, o conceito tradicional se modificava, de modo que a circunscrição original não se manteve ao longo do tempo. As modificações ocorridas incluíram a sinonimizaçãosegregação e reincorporação de inúmeras espécies, inclusive de outros gêneros, como Tecoma, provocando uma grande confusão no grupo taxonômico em questão.[6]
Ciente da heterogeneidade existente no grupo e procurando resolver este problema Mattos J.R. em 1970, dividiu as espécies de ipês em dois gêneros, Tabebuia e Handroanthus, este último criado, especialmente, para os representantes brasileiros. Tal interpretação foi fortemente criticada por Gentry , que tornou a posicionar todas as espécies de ipês no grupo original. Mais recentemente, Grose e Olmstead em 2007 propuseram, com base em estudos filogenéticos, a divisão de Tabebuia em três gêneros, Tabebuia, Handroanthus e Roseodendron, confirmando, em definitivo, a segregação proposta por Mattos e a existência de linhagens diferentes dentro do grupo.[6]

Distribuição geográfica[editar | editar código-fonte]

Floração de Ipês-Amarelos ou "Pau-d'arcos amarelos" (Handroanthus serratifolia) vista do Pico Alto, no município de Guaramiranga, topo mais elevado da Serra de Baturité - Ceará - Brasil.
Árvore típica do bioma da Mata Atlântica, ocorrendo no interior da mata, sendo difícil de ser encontrada em estado nativo atualmente, por conta da sua madeira ser altamente requisitada e ter desenvolvimento lento. Não é muito utilizada em paisagismo urbano, justamente pelo lento crescimento e por ser de médio a grande porte.[3]

Usos[editar | editar código-fonte]

A madeira é utilizada para construções civis e navais, alem de pontes, postes, tábua de assoalho, tacos de bilhar e bengalas, possuindo longa durabilidade. Árvore ornamental, extremamente majestosa quando está florida, é ótima para o paisagismo. Usa-se também em restaurações florestais. A entrecasca é utilizada na medicina caseira, embora seja menos procurada que a do ipê-roxo.[4]

Informações ecológicas[editar | editar código-fonte]

Planta secundaria tardia, heliófita, encontrada na floresta ombrófila, semidecídua e mata de cipó, em formações primárias e secundárias, capoeiras e áreas de cabruca. Tem a preferência de solos bastante drenados localizados em encostas.[4]

Obtenção de sementes[editar | editar código-fonte]

Os frutos podem ser adquiridos diretamente da árvore ao iniciar a abertura espontânea, e deixar secar para abertura e liberação das sementes. Um quilo contém cerca de 25.000 sementes.[4]
É de extrema importância a produção de sementes com níveis alto de qualidades pra formar de mudas pro reflorestamento, gerar madeiras e varias outras atividades. É bastante usado em paisagismo e arborização urbana por suas flores amarelas bem chamativas, entretanto, não é recomendado plantar próximo a casas ou em calçadas, pois suas raízes podem causar problemas no calçamento e na rede de esgoto.[7]

Produção de mudas[editar | editar código-fonte]

As sementes devem ser dispostas para germinação logo após sua retirada, por conta do seu poder germinativo diminuir muito rápido. Semear em canteiros ou sacos separados composto de solo organo-argiloso. Ela começa emergir em torno de 8 a 12 dias e a porcentagem de germinação normalmente é elevado. O crescimento das mudas é discreto.[4]
As sementes não adormecem e a germinação é epígea. Submetidas a climas com temperaturas de 25 °C a 30°C, leva cerca de 6 dias, quando já é possível visualizar o alongamento da raiz primária; aos 11-13 dias, a planta comumente começa apresentar o hipocótilo e as primeiras folhas simples, opostas, com margem cortada. A taxa de germinação é elevada, podendo atingir até 100%.[7]

Flores[editar | editar código-fonte]

Flores do ipê-amarelo-flor-de-algodão
Possuem flores hermafroditas livres ou em tríades levemente perpendicular, unidas em conjuntos em formato de umbela no final dos ramos. O cálice e a corola tem forma tubular com cinco lóbulos. Por causa de sua beleza, atraem insetos e vertebrados como abelhas e pássaros, especialmente beija-flores que tem papel fundamental na polinização. As sementes são espalhadas pelo vento.[7]
A floração ocorre após a queda das folhas, o que acontece no período mais seco, geralmente de junho a agosto, no inverno, podendo variar nas zonas mais próximas ao litoral.[4]

Frutos[editar | editar código-fonte]

vagens do ipê-amarelo-flor-de-algodão
São vagens septicidas, coriáceas, glabras, lineares, que têm entorno de 20–65 cm de comprimento e 2,5-3,5 cm de espessura.[7]
Ficam maduros cerca de três a quatro meses após a floração.[4]

Espécies afins[editar | editar código-fonte]

Outras espécies de ipê-amarelo ocorrem também na região, como Tabebuia chrysotricha (ipê-amarelo-piloso) e Tabebuia umbellata (ipê-amarelo-verdadeiro).[4]

Árvore simbolo do Brasil[editar | editar código-fonte]

O Ipê é tido como árvore símbolo do Brasil, pela Lei nº 6.607 de 7 de Dezembro de 1978. No entanto o pau-brasil é declarado a Árvore Nacional.[8] Nos projetos de lei PL-2293/1974 e PL-882/1975, houve a tentativa de estabelecer o ipê como flor nacional do Brasil. As duas PL foram arquivadas na Câmara dos Deputados. Uma nova tentativa foi feita no projeto de lei PL-3380/1961 que visava a declaração do pau-brasil e o ipê-amarelo, Árvore e Flor Nacionais, porém a PL não teve aprovação.[9]

Sinônimos[editar | editar código-fonte]

  • Bignonia araliacea Cham.
  • Bignonia conspicua Rich. ex DC. [Invalid]
  • Bignonia flavescens Vell.
  • Bignonia patrisiana DC. [Invalid]
  • Bignonia serratifolia Vahl
  • Gelseminum araliaceum (Cham.) Kuntze
  • Gelseminum speciosum (DC. ex Mart.) Kuntze
  • Handroanthus araliaceus (Cham.) Mattos
  • Handroanthus atractocarpus (Bureau & K.Schum.) Mattos
  • Handroanthus flavescens (Vell.) Mattos
  • Tabebuia araliacea (Cham.) Morong & Britton
  • Tabebuia monticola Pittier [Invalid]
  • Tabebuia serratifolia (Vahl) G.Nicholson
  • Tecoma araliacea (Cham.) DC.
  • Tecoma atractocarpa Bureau & K.Schum.
  • Tecoma conspicua DC.
  • Tecoma nigricans Klotzsch [Invalid]
  • Tecoma patrisiana DC.
  • Tecoma serratifolia (Vahl) G.Don
  • Tecoma speciosa' DC. ex Mart.
  • Vitex moronensis Moldenke