Borago officinalis
A semente da borragem, planta anual originária da Europa e Norte de África, contém até 25% de óleo e é muito usada pelos seus ácidos gordos ómega-6.
Descrição : Planta da família das Borragináceas, também conhecida como foliagem, borracha-chimarrona. As flores fornecem um corante azul muito bonito. Uma bebida refrescante pode ser feita com borragem no verão. Ela frequentemente cresce em regiões próximas a apiários, pois tem uma quantidade de néctar que as abelhas apreciam muito. As flores azuis podem ser desidratadas com sílica, para depois serem coladas em grinaldas de flores naturais desidratadas.
História : Seu nome vem da antiga língua dos celtas, Borrach que significa coragem. Há literatura que considera este nome proveniente do latim Borra. Os relatos antigos dizem que esta planta tem a capacidade de espantar a melancolia e trazer coragem, além de fazer as pessoas felizes e trazer um coração confiante. Os romanos também apreciavam muito a borragem. Plinius, um naturalista romano (23 a 79 DC) disse: "Eu, borragem, trago sempre a felicidade". Tabernaemontanus escreveu em seu livro de plantas medicinais na Idade Média: "Hoje em borragem , tomando-se cinco folhas de borragem, afasta-se toda a sujeira do sangue".
Seu uso e mencionado por Plínio (61 a,c.), por Dioscorides (40 a.c.), e por Galeno (129 a.c.). As folhas da borragem foram usadas na Europa como condimento e também como medicamento desde a Idade Media; As folhas e flores são adicionadas ao vinho e ao suco de limão para fazer as bebidas populares 'claricot' (similar a sangria) e 'cool tankard' (uma bebida celtica feita com vinho, água, limão, açucar e borragem).
Parte usada : Folhas, sumidades floridas.
Habitat: E uma erva nativa da Europa que foi disseminada extensamente em outras áreas.
Origem : Mediterrâneo.
Propriedades : Gota, afecções respiratórias (bronquites, tosses), escassez de urina, reumatismo, transtornos menstruais, furúnculo
Indicação : Seu uso medicinal data da Idade Média, quando se acreditava que exercia um efeito mágico sobre o corpo e a mente. Utilizado hoje apenas pela medicina popular, pois a medicina científica aconselha apenas seu uso externo devido a recente descoberta da presença de alcaloides tóxicos nas suas folhas.
Na medicina tradicional de hoje é considerada emoliente, depurativa, sudorífica, diurética e laxativa. É também considerada anti-inflamatória. Suas flores são empregadas na forma de infusões como expectorante e contra certas afecções do fígado e coração. Indicada contra tosse, reumatismo. Hoje se sabe que a borragem estimula as suprarrenais, favorecendo a produção de adrenalina, o hormônio que prepara o corpo para situações de tensão. As folhas carnosas e ásperas podem empregar-se como tônico da suprarrenal, no caso de stress, ou sequelas de terapia com esteróides. O óleo extraído das sementes pode ser empregado como alternativa ao óleo de prímula, para transtornos menstruais e reumáticos. Para aumentar a sudorese, empregam-se as flores, e as folhas para uma ação diurética. Uma atividade refrescante lhe é atribuída. Uma folha fresca abaixará a temperatura da boca, desta forma é útil em febres. Cultivada em hortas, esta erva é muito apreciada pois suas folhas são empregadas por séculos em saladas. Pelo fato de possuir potássio, é indicado para pessoas que precisam de uma dieta sem sal. Pode ser usado externamente como compressa em pele irritada ou inflamada.
Distúrbios de pele crônicos - Rico em ácidos gordos ómega-6, o óleo de borragem tem uma ação anti-inflamatória notável. Tomado durante meses, pode melhorar problemas como o eczema. Aplique na pele seca ou com comichão.
Princípios Ativo : Mucilagem, tanino, nitrato de potássio, sais (potássio, cálcio), alantoína, óleo essencial, saponina, óleo fixo, ácido salicílico, Vitamina C.
Modo de Usar :
Depurativo
Infusão: em 1 litro de água fervente colocar em infusão 20g de cada uma das seguintes ervas: borragem, agrião, dente-de-leão, fumaria, chicória-silvestre, cerefólio. Coar, adoçar e beber o líquido na dose de 3 a 4 cálices ao dia, a começar pela manhã em jejum.
Vinho depurativo - Colocar um punhado de sumidades floridas frescas de borragem em 1 litro de vinho de boa qualidade, deixar macerar por cerca de uma semana, coar e consumir em calicezinhos antes das refeições.
Gota, furúnculo
Cataplasma : cozinhar um punhado de folhas secas de borragem em pouquíssima água. Quando esta tiver evaporado, estender as folhas sobre uma gaze, espremê-la para fazer sair todo o líquido, e aplicar o cataplasma bem quente sobre a parte dolorida.
Reumatismo -
Decocção: em 1 litro de água, ferver por meia hora 10 g de folhas secas de borragem, filtrar, adoçar com mel e beber 3 a 4 xícaras ao dia.
Tosse
Decocção: 40g de folhas em 1 litro de água, ferver por um quarto de hora, coar, adoçar e beber em 2 ou 3 vezes durante o dia. infusão: 15g de folhas e flores de borragem em 1 litro de água. Deixar macerar por três quartos de hora. Filtrar, adoçar com mel e beber o líquido em xícaras, na dose de 1 xícara a cada 2 ou 3 horas. Esta infusão é emoliente e refrescante e é benéfica nas tosses secas e persistentes.
Toxicologia : Descobertas sobre sua composição química, como alcaloides isopirrolizidínicos, supinina, licopsamina, intermedina, ambilina e thesuinina tornam, segundo alguns estudiosos, esta planta imprópria para consumo. Segundo determinação do Ministério da Saúde, divulgada após a descoberta destes alcaloides no confrei, todas as plantas que contenham estes alcaloides só devem ser usados em aplicações locais, isto é, externamente. Estes tem ação tóxica e sua ingestão pode levar ao aparecimento tardio de cirrose hepática ou câncer do fígado. Este alcaloide está em maior quantidade nas folhas frescas do que nas folhas secas. Deve-se tomar um cuidado ao fazer preparações com a borragem. Deve-se filtrar muito bem para que se eliminem os pelos, visto que engolidos, podem causar irritações no estômago.
Posologia:1 a 3 g/dia de óleo da semente de borragem.para adultos, em uso interno como preventiva de deficientes, na TPM, displasia mamaria, depressão, hiperatividade infantil e cirrose hepática; 1 g/dia para crianças; O conteúdo de acido gama linolenico do óleo esta entre 20% e 26%; Tintura.
Precaucoes: Embora nenhuma evidencia direta esteja disponível, e recomendado cuidado a pacientes com epilepsia, pois ha relatos de redução do ponto de desencadeamento de crises convulsivas com o uso do óleo de prímula.
Superdosagem: Em doses (muito) elevadas pode causar intoxicação pela presença dos alcaloides pirrolizidmicos; Recomenda-se manter a dosagem indicada.
Dica Culinária : Muito utilizado em saladas, suas folhas são saborosas. A borragem confere às saladas um sabor fresco, ligeiramente salgado e parecido com o do pepino, além de melhorar seu aspecto. Tempera-se com endro e cebola. Suas flores de muito graciosas que são pode-se fazer um confeito muito bonito. Mergulha-se a flor na clara de ovo e depois no açúcar de confeiteiro e deixa-se secar. Desde a Antiguidade suas flores são adicionadas ao vinho e podem também entrar na composição de bebidas alcoólicas, dando-lhe um efeito estimulante. Charles Dickens, autor inglês do século XIX, era apaixonado por este ponche, e oferecia a seus amigos americanos a sua receita particular, quando estes o visitava.
Ponche Charles Dickens • 2 copos (500ml) água • 1/2 copo (120ml) açúcar • 2 colheres de sopa (30ml) de raspas de limão • 1/4 copo (60ml) flores de borragem • 2 copos (500ml) de sherry - vinho de Xerez • 1 copo (240ml) brandy - conhaque • 4 copos (1 litro) cidra de maçã Despeje a água fervente sobre o açúcar, raspas de limão e borragem. Deixe agir por 10 minutos. Coe e adicione o conhaque, o Xerez e a cidra.
Flores de borragem cristalizadas • 1 copo (240ml) flores de borragem • 1/2 colher (chá) (2,5ml) água fria • 1 clara de ovo • açúcar granulado Lave as flores de borragem e remova o excesso de umidade com papel toalha. Misture a clara de ovo e água, bata bem. Mergulhe as flores na mistura e então no açúcar. Coloque em papel manteiga para secar. Acondicione não por muito tempo em vasilha muito bem fechada, longe de umidade
Farmacologia: No óleo de prímula o AGL e o triglicerol estão unidos na posição sn-3, mas no óleo da semente da borragem estão unidos na posição sn-2, o que explica a bio-disponibilidade inferior de AGL no óleo da semente da borragem comparado com o óleo de prímula; Por causa da ocorrência de alcaloides pirrolizidinicos tóxicos em outros membros da família boraginaceae, os alcaloides das folhas, sementes e óleo da semente de borragem foram investigados cuidadosamente.
A presença dos alcaloides pirrolizidimicos insaturados nas folhas, flores e sementes da borragem sugerem um potencial risco de hepatotoxicidade, embora a quantidade total de alcaloides na planta seja baixa -menos de 0.001%, estas sementes maduras e de aproximadamente 0.03%; A atividade antioxidante da borragem foi atribuída ao ácido rosmarino; O ácido linoleico e um ácido graxo com 18 carbonos, considerado um nutriente essencial porque só e obtido através da dieta; A enzima d-6-desaturase converte o ácido linoleico em ácido gama-linoleico, a enzima taxa limitante desta cadeia de reações; Dois carbonos são adicionados ao ácido gama-linoleico, formando o ácido dihomogama-linolenico (ADGL), que contém 20 carbonos e e um metabolite importante para a síntese de prostaglandinas anti-inflamatórias da serie 1 (por exemplo, PGE1) e ao ácido 15-(S)-hidroxi-8,11,13-eicosatrienoico (15HETrE) em diferentes tipos de células; Teoricamente - suplementação com ácido gama-linoleico, pode pular a etapa limitante da biossíntese destas prostaglandinas, aumentando a disponibilidade destes moduladores anti-inflamatórios. Outras circunstancias patofisiologicas também podem alterar a conversão do ácido linoleico para acido gama-linoleico.
Fontes comerciais de ácido gama-linoleico incluem o óleo da semente de borragem, o óleo de prímula e o óleo de semente de cassis, assim também como o óleo do fungo Mucor javanicus. Clonagem e introdução da enzima delta-6-desaturase em plantas que não a possuem naturalmente foi proposta como um meio de aumentar a quantidade do acido gama-linoleico na dieta.