Em português chamamos de bulbófilo, mas o seu nome de origem é bulbophyllum e se trata de um gênero botânico. O nome pode parecer bem estranho e dar a sensação de que nada sabemos sobre o assunto, mas na verdade, faz parte de uma família que conhecemos muito bem, a das orquídeas.
A primeira vez que esse gênero botânico foi proposto foi no ano de 1822 por Thouars. O nome e o detalhe desse gênero botânico foi parte de um estudo publicado no livro “ Histoire Particulière des Plantes Orchidées Table 3 of the species of orchids”. Na verdade, ele mesmo já tinha feito uma outra caracterização desse gênero que era “phyllorkis mutans” e a transformou em “bulbophyllum nutans”.
Existe ainda uma outra especificação desse gênero. Quando fazermos referência a ele com frutos e flores acrescentando uma segunda palavra que seria fletcherianum, passando a ser “ bulbophyllum fletcherianum”.
As Características das Plantas do Gênero Bulbophyllum
Porém, tirando esses termos técnicos de lado, que são importantes, claro, mas para entender melhor do que estamos falando, vamos falar das suas características.
O gênero chamado de bulbophyllum é uma planta cuja origem é de Nova Guiné e classificada como epífita. Uma das suas características marcantes é o perfume que ela exala, que saem tanto das folhas, que são enormes, quanto das flores Um cheiro muito forte e que a faz reconhecer de longe.
Voltando a falar das folhas, quando falamos em enormes, não estamos exagerando, pode chegar ao comprimento de um metro.
Esse gênero forma um grupo com muitas espécies e que são bem variadas, cerca de duas mil é o cálculo. Elas podem ser encontradas em várias partes dos trópicos em qualquer um dos 5 continentes. Porém, é mais fácil vê-las na Ásia e na África.
No seu país de origem, Nova Guiné, já foram catalogadas mais de 500 espécies do gênero.
Vamos Falar um Pouco de Etimologia
Falar da etimologia nos ajuda a entender melhor sobre esse gênero ou qualquer outro que venha a ser proposto. No caso do bulbophyllum a primeira parte da palavra “Bulb” tem raiz no que é chamado de “latinização” das palavras do dicionário grego e vem de bolbos. No caso, bolbo vem de “bulbo”, que por sua vez tem os seguintes significados: raiz carnuda, tubérculo, folha.
E esse gênero de planta tem uma outra particularidade, uma série de sinônimos que estão falando da mesma coisa. Veja alguns deles!
Pode ser que você não tenha escutado falar de bulbophyllum, mas tenha lido sobre didactyle ou bolbophyllaria, ambos termo do ano de 1852.
Tem mais sinônimos:
- Só no ano de 1825 foram usados 5 nomes para definir o mesmo gênero, são eles: anisopetalum, diphyes blume, epicranthes blume, anisopetalum e ephippium.
- No ano de 1826 mais nomes: gersinia, bolbophyllum e megaclinium.
- Em 1827: odontostyles e em 1828, epicrianthes.
- E ainda foram mais 5 nomes com o passar do tempo: malachadenia, lyrae, henosis, macrolepis, katherinea.
Descrição do Gênero: Bulbophyllum
As espécies desse gênero possui uma variedade muito grande, são poucos os pontos em comum. Por exemplo, sobre o crescimento podemos dizer que são simpodial e que possuem rizoma longo. Ele não cresce de forma ordenada equilibrada com os pseudobulbos. Pelo contrário, se observa um grande espaço entre eles. Com isso, a planta possui uma touceira e tem aquele aspecto desordenado. Essas são as características incomum das espécies que fazem parte desse gênero.
Já outras espécie tem o crescimento cespitoso e dificilmente possuem mais de uma folha para cada um dos pseudobulbos. São classificadas como coriáceas e o pecíolo se apresenta de forma marcante.
O tamanho das folhas também variam podendo chegar ao máximo de um metro de comprimento no caso de algumas espécies.
Já as flores brotam saindo dos nós do rizoma e em outras espécies partem do pseudobulbo, da sua base. A quantidade de flores também pode variar de várias ou uma única e sua apresentação também não é igual para todas as espécies.
Algumas flores quando nascem em maior número formam uma espécie de estrela ou coroa. Você nota formas de corimbo, umbela e até mesmo, elas nascem formando uma fila ou uma ao lado da outra.
O tamanho das flores também é bem variável chegando no máximo ao comprimento de 30 centímetros partindo de milímetros.
Possuem um lindo colorido no labelo com cores semelhantes as dos insetos da região em que foram cultivadas. A flor fica sutilmente presa ao labelo e com isso se movem facilmente com o ar. Isso faz com que os insetos polinizadores se sintam atraídos por elas. Nem todas as flores das espécies desse gênero são perfumadas, pelo contrário, algumas possuem um cheiro que é melhor manter-se longe.
As pétalas e o labelo, em algumas das plantas podem ser menores que as sépalas, que se apresentam mais largas.
Sobre o Cultivo das Plantas do Gênero Bullbophyllum
O cultivo não é o mesmo para todas elas, o que fará a diferença no modo de fazê-lo é a origem. Generalizando, as plantas que são da África e da Ásia são as mais fáceis de cultivar. Como primeira coisa, elas gostam de umidade, calor e claridade, muita claridade. Porém, não suportam o sol direto.
As espécies encontradas no Brasil são consideradas de maior dificuldade para o plantio. Apesar de gostar de muito sol, até mesmo o pleno, estão melhor com baixa umidade do ar. Porém, nem sempre são assim, existem aquelas que preferem ficar afastadas do sol.
Bullbophyllum: Divisão Subgenêrica
A questão mais discutida sobre esse gênero de planta é sobre dois outros que não se sabem se fazem parte do grupo ou se são dentro como subgêneros. Estamos falando de megaclinium e cirhopetalum.
São pontos que existem controvérsias de quem as coloca com um gênero e quem as coloca no mesmo grupo.
Outro subgênero que está sendo estudado é a filogenia desse gênero. Calcula-se que surgirão mudanças no que diz respeito a ela.
Nos dias atuais, o gênero bulbophyllum está repartido em vários subgêneros, segundo os estudiosos, é um modo de estudar pelo tamanho da dificuldade.
Aqui no Brasil, catalogamos 60 espécies e entre nelas nenhuma é ornamental e nem muito grande.