sexta-feira, 27 de setembro de 2019

Pimenta racemosa


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Como ler uma infocaixa de taxonomiaPimenta racemosa
pimenta-coroadabay-rum
Pimenta racemosa
Pimenta racemosa
Classificação científica
Reino:Plantae
Divisão:Magnoliophyta
Classe:Magnoliopsida
Subclasse:Rosidae
Ordem:Myrtales
Família:Myrtaceae
Subfamília:Myrtoideae
Tribo:Myrteae
Género:Pimenta
Espécie:P. racemosa
Nome binomial
Pimenta racemosa
(Mill.J.W.Moore, 1933[1]
Sinónimos
Pimenta racemosa, em primeiro plano, no jardim de uma casa em Curiepe, Estado de Miranda (Venezuela).
Folhas e bagas secas.
Bagas secas.
Grãos secos (bagas) cortados transversalmente do ápice ao pedúnculo, com sementes in situ e sementes soltas.
Sementes soltas.
Pimenta racemosa é uma espécie arbórea de plantas com flor da família Myrtaceae, oriunda das Antilhas e Guiana, de cujas folhas são obtidos as bagas e os óleos essenciais, fortemente aromáticos, comercializados comercializados sob o nome de pimenta-racemosapimenta-coroada ou bay-rum.

Descrição[editar | editar código-fonte]

A espécie Pimenta racemosa é uma árvore de 4–12 m de altura, de tronco recto e copa frondosa. São árvores de crescimento lento, raízes profundas e vida bastante longa.[3][4]
As folhas apresentam pecíolos de 3–10 mm de largura e limbo inteiro, obovado, oblanceolado ou elíptico de (1,5)4-10(12,5) cm de comprimento e 2,5–6 cm de largura, coreáceo, basalmente agudo, finamente reticulado e marmoreado, de coloração verde bastante escura, brilhante na face superior, sem brilho e pálido na face inferior. As folhas apresentam-se finamente pontuadas de glândulas das quais emana o odor aromático característico da espécie.
As flores ocorrem em inflorescências do tipo cimepedunculadas, com flores de cerca de 10 mm de diâmetro, com cálice de 5 sépalas basalmente soldadas e igual número de pétalas brancas, de ovário ínfero, com um único estilo e numerosos estames.
fruto é uma baga, em sentido alargado, pois estritamente é uma pseudobaga pois deriva de um ovário ínfero— globular de 7–12 mm de diâmetro, de superfície finamente granulada, de coloração castanho-escuro a acinzentada na maturidade, com restos do estilo e do cálice no ápice (em forma de coroa, daí um dos nomes pelo qual as bagas são conhecidas: pimenta-coroada). Encerra 1-2 sementes, de cutícula enrugada e forma ovóide-reniforme.[3]
A espécie tem distribuição natural nas Antilhas[5] e na Guiana. É cultivada em diversas regiões dos trópicos, em particular na Oceânia, onde, em algumas ilhas apresenta comportamento invasivo (Tonga, Fiji, ilhas Cook).[4][6]
A espécie é cultivada e comercializada para diversos usos, nomeadamente como especiaria, em perfumaria e como planta medicinal.
Para fins alimentares, é uma apreciada especiaria, já que de todas as partes do arbusto é exalado um odor aromático e estimulante, particularmente forte nas bagas e folhas. Apesar das semelhanças, não deve confundir-se com a Pimenta dioica, a conhecida pimenta-da-jamaica, já que as sementes de P. dioica são tóxicas e as de P. dioica são utilizadas como especiaria.
Diversos extractos da planta são utilizados como remédio tradicional para uso externo. As folhas são consideradas estimulantes e, uma vez destiladas com rum (daí o nome de bay-rum) produzem uma loção tónica e refrescante de variados usos em perfumaria, uma água de colónia de acentuada fragrância conhecida por bay rum.[7] Apesar de bay-rum ser essencialmente rum, a alta concentração de óleos essenciais nele presente torna-o tóxico e impróprio para beber. Este produto foi muito utilizado em perfumaria na primeira metade do século XX, mas presentemente de uso muito menos frequente.[8] Apesar disso, ainda se fabrica em algumas ilhas da Caraíbas, sendo usada em massagens e fricções contra o cansaço, as dores de cabeça, os golpes e os hematomas e para refrescar o corpo.[9]

Variedades e seus sinónimos[editar | editar código-fonte]

A espécie tem como sinonímia:
A espécie inclui as seguintes variedades aceites e sinónimos taxonómicos:[10]
  • Pimenta racemosa var. grisea (Kiaersk.Fosberg, Amer. Midl. Naturalist, 27: 762, 1942 (da República Dominicana às ilhas Virgens.
    • Pimenta acris var. grisea Kiaersk., Bot. Tidsskr., 17: 289, 1890
    • Amomis caryophyllata var. grisea (Kiaersk.) Kiaersk., Bot. Jahrb. Syst., 19: 575, 1894
    • Amomis grisea (Kiaersk.) Britton, Sci. Surv. Porto Rico & Virgin Islands, 6: 28,1925
  • Pimenta racemosa var. hispaniolensis (Urb.Landrum, Brittonia, 36: 242, 1984 (Hispaniola).
    • Amomis hispaniolensis Urb., Ark. Bot., 20A(5): 21,1926
    • Pimenta hispaniolensis (Urb.) Burret, Notizbl. Bot. Gart. Berlin-Dahlem, 15: 511, 1941
    • Amomis pauciflora Urb., Ark. Bot., 21A(5): 21, 1927
    • Pimenta pauciflora (Urb.) Burret, Notizbl. Bot. Gart. Berlin-Dahlem, 15: 511,1941
    • Pimenta crenulata Alain, Moscosoa, 1: 29, 1976
  • Pimenta racemosa var. ozua (Urb. & Ekman) Landrum, Brittonia, 36: 242, 1984 (centro e norte da Hispaniola).
    • Amomis ozua Urb. & Ekman, Ark. Bot., 22A(10): 22, 1929
    • Pimenta ozua (Urb. & Ekman) Burret, Notizbl. Bot. Gart. Berlin-Dahlem, 15: 511, 1941
    • Amomis anisomera Urb. & Ekman, Ark. Bot., 22A(10): 23 (1929).
    • Pimenta anisomera (Urb. & Ekman) Burret, Notizbl. Bot. Gart. Berlin-Dahlem, 15: 511,1941
  • Pimenta racemosa var. racemosa (região do Caribe até ao norte da Venezuela).
    • Myrtus caryophyllata Jacq., Observ. Bot. 2: 1, 1767, nom. illeg.
    • Myrtus acris Sw., Prodr., 79, 1788
    • Myrtus citrifolia Poir. in J.B.A.P.M.de Lamarck, Encycl., 4: 410, 1798
    • Myrcia acris (Sw.) DC., Prodr., 3: 243, 1828
    • Myrcia pimentoides DC., Prodr., 3: 243, 1828
    • Eugenia tabasco (Willd. ex Schltdl. & Cham.G.Don, Gen. Hist., 2: 866, 1832
    • Myrtus pimentoides (DC.) T.Nees in M.F.Weihe & al., Pl. Offic., Suppl., t. 89, 1833
    • Pimenta acris (Sw.) Kostel., Allg. Med.-Pharm. Fl., 4: 1526, 1835
    • Pimenta citrifolia (Poir.) Kostel., Allg. Med.-Pharm. Fl., 4: 1525, 1835
    • Pimentus cotinifolia Raf., Sylva Tellur., 105, 1838
    • Amomis oblongata var. occidentalis O.Berg, Handb. Pharm. Bot., 340, 1855
    • Amomis acris (Sw.) O.Berg, Linnaea, 27: 417, 1856
    • Amomis acris var. grandifolia O.Berg, Linnaea, 27: 418, 1856
    • Amomis acris var. obtusata O.Berg, Linnaea, 27: 418 (1856).
    • Amomis acris var. parvifolia O.Berg, Linnaea, 27: 418, 1856
    • Amomis oblongata O.Berg, Linnaea, 27: 421, 1856
    • Amomis pimento O.Berg, Linnaea, 27: 418, 1856
    • Amomis pimento var. jamaicensis O.Berg, Linnaea 27: 419, 1856
    • Amomis pimento var. surinamensis O.Berg, Linnaea 27: 419, 1856
    • Amomis pimentoides O.Berg, Linnaea, 27: 420, 1856
    • Pimenta acris var. pimentoides (DC.) Griseb., Fl. Brit. W. I., 241, 1860
    • Pimenta pimento Griseb., Fl. Brit. W. I., 241, 1860
    • Pimenta acuminata Bello, Anales Soc. Esp. Hist. Nat., 10: 270, 1881
    • Amomis caryophyllata Krug & Urb., Bot. Jahrb. Syst., 19: 573, 1894
    • Pimenta tabasco (Willd. ex Schltdl. & Cham.Lundell, Wrightia, 2: 58, 1960
  • Pimenta racemosa var. terebinthina (Burret) Landrum, Brittonia, 36: 243, 1984 (norte da República Dominicana).
    • Pimenta terebinthina Burret, Notizbl. Bot. Gart. Berlin-Dahlem, 15: 511, 1941.