Fumaria offinalis
Planta conhecida históricamente pela medicina homeopática tradicional, como laxante e diurética e externamente no tratamento de problemas dermatológicos.
Descrição: Erva da família das papaveraceae, também conhecida com fel da terra, erva-mileirinha, fumo da terra, moleirinha, herbácea anual de 0,20 à 0,80 metros de altura, ramosa, haste delgada, angulosa, de ramos difusos; folhas alternas, pecioladas e profundamente recortadas em colmilhos.
Possui flores em cacho, fruto monospérmico, sementes sem estrofíolo (MOREIRA, 194).
Partes utilizadas: Folhas secas.
Plantio: Multiplicação: por sementes ou por estaquia; Cultivo: originária do Paraguai, em altitudes entre 1000m a 1500m e com temperaturas médias de 23o C.
Planta-se as mudas em solos arejados, secos e adubados com matéria orgânica, de preferência na primavera. O espaçamento deve ser de 30cm entre plantas e 50cm entre fileiras.
O cultivo econômico desta planta já vem sendo feito nos estados do Mato Grosso do Sul, Paraná e São Paulo; Colheita: entre 3 a 5 meses do plantio, colhem-se as folhas que contém glicosídeos. Podem ser secas à sombra para uso posterior.
Origem: Origem mediterrânea.
Indicações: Usada nas doenças do fígado e arteriosclerose, problemas de pele, diurética e depurativa.
História: A fumaria é conhecida desde a antiguidade e foi descrita em herbários da idade média tradicional envolve espremer o suco e evaporá-lo. Na medicina tradicional a planta foi usada para tratar o eczema e outras condições dermatológicas.
Foi usada também como um laxante e diurético. As espécies da Fumaria são usadas na medicina popular turca como um purificador do sangue e os extratos como um agente antialérgico.
Os extratos da fumaria podem ser úteis no controle de e do trato hepatobiliar. Pesquisas científicas estão concentradas em extratos de outras espécies do gênero Fumaria, devido a suas propriedades medicinais.
Uso na gestação e na lactação: Seu uso durante a gravidez e amamentação deve ser evitado devido à falta de informação sobre sua farmacodinâmica e sobre sua toxicidade nestas condições.
Princípios Ativo: alcaloides, silimarina, protopina e ácido fumárico.
Modo de Usar: infusão usar 10 gramas da planta por litro de água, ingerir 1 à 5 xícaras de chá ao dia. Compressa de 2 à 3 vezes ao dia, utilizando a infusão
Toxicologia : Deve ser usada durante poucos dias e em doses moderadas, pois o uso prolongado é prejudicial.
Posologia: 50g de planta fresca ou 25g planta seca (3 colheres de sopa para cada litro de água) em infuso ou decoto para compressas em todas as afecções da pele.
10g de planta verde ou 5g de planta seca (1 colher de sopa para cada xícara de água) em infuso ou decoto para uso interno em todas as indicações de 2 a 3 vezes ao dia
Efeitos colaterais: Em um estudo clínico, 69% dos pacientes relataram queixas gastrointestinais (56°C) e o flushing facial (sensação de queimação do rosto enquanto a pele se torna vermelha - 31°C). Em outro estudo clínico. nenhuma reação adversa foi relatada.
Farmacologia: A protopina inibiu a fase exudativa de inflamação por dextrano em uma dose de 100 mg/kg, também aquela da inflamação por serotonina em uma dose de 50 mg/kg: A fumoficinalina inibiu a inflamação por serotonina com uma dose de 50 mg kg.
Ambos os alcaloides diminuíram a permeabilidade vascular com um efeito similar em doses de 50 mg/kg: Mais investigações sobre a atividade anti-hepatotóxica das diversas espécies do gênero Fumaria são necessárias: O fumarato de metila encontrado na Fumaria indica, demonstrou uma atividade anti-hepatotóxica contra a tioacetamida in vitro e contra o tetracloreto de carbono, o acetaminofeno e a rifampina in vivo.
Esta atividade é comparável com aquela do composto silimarina, um agente anti-hepatotóxico conhecido. Os esteres do ácido fumárico têm sido usados como um tratamento para a psoríase por quase 30 anos.
Este tratamento está novamente sendo notado por dermatologistas conforme mais compostos e derivados ativos estão sendo desenvolvidos.
O fumarato de metila é o metabólico mais ativo de uma droga alemã anti-psoríase, o Fumaderm (GELLER,195): fumarato de metila foi isolado da Fumaria indica.
Este composto tem urna atividade antihepatotóxica importante in vitro e In vivo. As investigações em animais e seres humanos identificaram diversas ações farmacológicas dos extratos de fumária: A injeção intravenosa de 1 a 2 mg/kg do extrato em cães reduziu a Isquemia causada pela ligadura experimental da artéria circunflexa, Uma dose de 5.2 mg/kg impediu arritmias isquêmico-induzidas por até 87 minutos: A diabetes melito foi induzido em 20 de 25 ratos albinos machos e adultos usando uma injeção intraperitonial de aloxano.
Os ratos foram então divididos em 4 grupos: 3 dos 4 grupos foram alimentados uma dieta que 6,25 % do seu peso era composto de fumaria de semente de coentro por 15 dias.
O quarto grupo recebeu uma dieta normal. A concentração de glicose, colesterol, creatinina e os resultados de testes do fígado foram mais baixos (P< 0,05) no grupo que consumiu fumaria comparado com o grupo de controle: Em um estudo sobre o efeito da fumaria em distúrbios hepatobiliares, um extrato metanólico aquoso da espécie Fumaria parvifólia administrado profilaticamente contra danos hepáticos acetaminofeno induzidos protegeu o fígado ao prevenir o aumento de enzimas no sangue induzido por toxinas. Os extratos da fumaria foram capazes de melhorar o bloqueio colagogo em animais.
O extrato de fumária foi administrado tipicamente por nebulização e tem sido investigado em cálculos da vesícula biliar em ratos e camundongos: Os extratos da fumaria melhoraram o bloqueio colagogo em animais e é benéfico no controle de condições similares em seres humanos.
Quando investigada em 85 pacientes com coleclstopalias, uma preparação contendo Fumaria melhorou o estado do paciente em 70% dos casos em geral e mais de 80% em casos de discinesia biliar. Resultados mais marcantes foram obtidos depois de 10 dias de terapia e a diferença foi estatisticamente maior do que aquela observada com o placebo.
A Fumaria offlclnalis é aprovada na Alemanha para o uso contra a cólica que afeta a vesícula biliar e o sistema biliar e também o trato gastrointestinal. A fumaria não foi associada com nenhuma toxicidade clinicamente importante. O fumarato de metila foi encontrado ser um agente protetor a toxicidade hepática em doses até 1 mg/ml em estudos in vitro e até 50 mg/kg em estudos in vivo em ratos albinos.
Os alcaloides causam tremor, convulsões e a morte quando consumidos em grandes quantidades.
GELLER, Mario, Morton Scheinberg., Diagnóstico e Tratamento das Doenças Imunológicas - 2. Edição, Elsevier Brasil, 2015.
MOREIRA, Frederico., As plantas que curam: cuide da sua saúde através da natureza - Ryoki Inoue Produções, 1971.
TAVARES, Ana Cristina, Mónica R. Zuzarte, Lígia R. Salgueiro., Plantas aromáticas e medicinais: escola médica do Jardim Botânico da Universidade de Coimbra, 2ª Edição - Imprensa da Universidade de Coimbra / Coimbra University Press, 2010.