Chrysobalanus icaco
O Abajeru é um arbusto originário da América Tropica, da família das Chrysobalanaceae, que possui um fruto comestível. É comum em beiras de praias.
Descrição : Planta da família das Chrysobalanaceae.
É um arbusto que mede de 1 à 3 metros, de caule espesso, raramente chega à 10 metros. Encontra-se perto das praias e rios.
Tem enfolhescência oval, quase circular de 3 à 10 centímetros de comprimento e 2,5 à 7 centímetros de largura.
A cor das folhas varia de verde à vermelha.
A casca é acinzentada ou marrom avermelhada, com manchas brancas.
As flores são pequenas, brancas, em cachos, aparecendo no final da primavera.
No final do verão nascem fruto em gomos, que da forma costeira a ser rodada, até 5 centímetros de diâmetro, amarelo pálido com tons rosa ou roxo escuro na cor, enquanto que o interior é a forma oval, de até 2,5 centímetros escuro roxo.
A árvore é capaz de sobreviver ao inverno, no entanto, a forma costeira é altamente tolerante ao sal, por isso é muitas vezes plantada para estabilizar bordas praia e evitar a erosão, é também plantado como arbusto ornamental .
O fruto é comestível e é usado para doces.
Parte utilizada: Folhas.
Origem : América Tropical, incluindo Bahamas e Caribe.
Princípios Ativos: Ácido pomólico, este ácido induz a apoptose, morte celular programada nas células cancerosas, porém ele não é extraído da planta através de chá e sim por outros métodos.
Propriedades : Hipoglicemiante, antiblenorrágico, antidiabético, antirreumático.
Indicações: Blenorragia, diarreia crônicas, leucorreia, reumatismo, câncer, diabetes.
Contraindicações/cuidados: Tome cuidado pois esse chá pode vir a ser prejudicial a portadores do câncer.
Modo de usar: Infusão das folhas.
VEJA TAMBÉM :
Características de solo onde ocorre o Abajerú,Luiz Manoel Santana e Aleinauarea Florentino Silva. Revista Ceres.
ECOLOGIA DA POLINIZACÃO DE CHRYSOBALANUS ICACO L. (CHRYSOBALANACEAE): UMA ESPÉCIE FIXADORA DE DUNAS. Evelise Locatelli, Universidade Federal da Paraíba, Centro de Ciências Aplicadas e Educação, Departamento de Engenharia e Meio Ambiente, Laboratório de Ecologia Vegetal, Rio Tinto, Paraíba.
O Abajeru no combate ao câncer
Cientistas brasileiros isolaram nas folhas do arbusto abajeru (Chrysobalanus icaco) uma substância anticancerígena, o ácido pomólico, capaz de destruir diversos tipos de tumores. O composto surpreendeu os pesquisadores ao apresentar atividade também contra células cancerosas resistentes a múltiplas drogas, uma característica considerada rara pelos cientistas.
A atividade anticancerígena foi constatada em laboratório, em testes realizados com linhagens de células de tumores de mama, cérebro, pulmão, intestino, laringe e medula. 'O que mais chamou nossa atenção foi observar que a substância matava também linhagem de células de leucemia resistentes a múltiplas drogas', afirmou a pesquisadora Cerli Rocha Gattass, do Instituto de Biofísica Carlos Chagas, que está coordenando os testes. Uma característica particularmente valiosa do ácido, só encontrada em um número muito reduzido de compostos, é sua capacidade de afetar células com resistência a múltiplas drogas (MDR), principal causa da falha de quimioterápicos. A resistência a quimioterápicos normalmente usados no combate à doença é um problema sério porque praticamente inviabiliza o tratamento. Segundo os cientistas, substâncias capazes de matar a célula doente e, ao mesmo tempo, driblar a resistência são muito raras. No Brasil, não há nenhuma patenteada.
Usado popularmente no tratamento da diabetes, o abajeru, encontrado em regiões tropicais da África e América do Sul, foi alvo do estudo da pesquisadora Maria Auxiliadora Kaplan e sua aluna de doutorado, Raquel Oliveira Castilho, do Núcleo de Pesquisa de Produtos Naturais da UFRJ. A doutoranda isolou várias substâncias da planta, das quais três foram testadas para detectar atividade anticancerígena. O ácido pomólico foi o mais efetivo. "Ele atua induzindo a apoptose, a morte celular programada, nas células cancerosas", explica a biofísica Cerli Rocha Gattass, chefe do Laboratório de Imunoparasitologia da UFRJ, que coordenou os testes. A substância apresenta ainda uma baixa letalidade de células normais, apenas 12% a 14%, e requer uma menor dose para surtir o mesmo efeito de outros quimioterápicos, como a cisplatina. A maneira pela qual o ácido consegue evitar a MDR ainda não está esclarecida. A resistência funciona a partir de proteínas que atuam como bombas, expulsando os medicamentos para fora da célula e reduzindo sua efetividade. "O ácido pomólico surpreendeu porque conseguiu afetar células de um tipo de leucemia que expressa MDR -- uma das linhagens mais resistentes", revela a biomédica Vivian Rumjanek, chefe do Laboratório de Imunologia Tumoral e que também coordenou os testes. O próximo passo é testar o composto em camundongos. O grupo da UFRJ espera que a substância desperte o interesse de alguma indústria farmacêutica para que, um dia, possa ser transformada em remédio. Os testes preliminares não demonstraram toxicidade. 'Acreditamos que a substância tem um altíssimo potencial, tanto que investimos na patente', afirmou Cerli. 'Se tudo isso for confirmado, será de grande interesse para a indústria farmacêutica.' A substância foi isolada por Raquel Oliveira Castilho, no Laboratório de Produtos Naturais da UFRJ. Sua atividade foi analisada por Cerli, Vivian Rumjanek e Janaína Fernandes.