Chondodendron platyphylla
Esse cipó originário da floresta tropical brasileira, era usado pelos índios tupis para o tratamento da malária e durante anos foi usado como substituto do quinino.
Descrição : Arbusto trepadeira polimorío com caule lenhoso, cilíndrico, ligeiramente anguloso ou achatado, com ramos pilosos.
Folhas longo pecioladas, altermas ovadas ou cordiformes, um pouco peitadas, de 20 à 30 centímetros de comprimento, cinéreo-tomentosa na página inferior.
Suas flores de 12 pétalas e quase outras tantas sépalas, dispostas em racimos ou espigas amareladas.
Fruto composto de 3 à 6 drupas ou ovoides, curto pedunculadas, contendo polpa vermelha, comestível e agradável ao paladar, envolvendo 1 semente, sem albúmen e de sabor amargo.
Parte utilizada: Raiz, caule.
Habitat: Mata Atlântica.
História: A Abutua é um cipó que aparece da Mata Atlântica até as capoeiras do Cerrado, usada pelos índios tupis-guaranis desde tempos remotos para tratamento de várias doenças inclusive a malária.
Em 1688, a abutua foi levada para a Europa pelos jesuítas e ganhou fama de antimalárica.
Devido às altas doses usadas para o combate da malária e a consequente toxidade, a Abutua foi substituída pelo quinino, caindo em desuso no final do século XIX.
Um dos primeiros alcaloides curarizantes conhecidos, a pelosina, foi descrito na abutua.
Plantio :
Multiplicação: Reproduz-se por rizomas ou sementes;
Cultivo: Habita no Brasil desde Santa Catarina até a Bahia e Goiás, prefere solos secos e areno argilosos.
É um cipó e necessita de condições adequadas para desenvolver-se, preferindo árvores, cultivos perenes ou cercas.
O espaçamento deve ser de acordo com as condições existentes, ou seja, se em matas, próximo a cada árvore, se em lavouras permanentes também e se em cercas, de no mínimo 4 metros entre plantas.
O cultivo desta planta ainda não existe tecnicamente mas assemelha-se ao cultivo do maracujá ou da videira, em relação ao espaçamento.
Colheita: As raízes podem ser colhidas na época da frutificação, tendo o cuidado de deixar sempre alguma raiz para que a planta não morra.
Propriedades : Tônica, antiblenorrágica, antidispéptico, aperiente, diurética, emenagogo, febrífugo, combate eficazmente adispepsia por falta de suco digestivo.
Empregada nas más digestões, tonteiras, diurético, tônico e anti-febril, contra dores, esclerose, nervosismo e de ótimo efeito nas menstruações difíceis, nas cólicas anteriores e posteriores ao parto, regras atrasadas, hidropisia, corrimento blenorrágico.
Indicações :
Hidropsia — Também se usa no tratamento desta enfermidade.
Fígado — Provoca a desopilação (desobstrução) nas afecções hepáticas.
Dispepsia (má digestão) — É eficaz contra as más digestões, acompanhadas de prisão de ventre, dor de cabeça e tontura.
Cálculos renais — Tendo grande ação sobre os órgãos do aparelho urinário, usa-se com bom resultado contra cálculos renais.
Cólicas uterinas — É também indicada contra as cólicas que podem aparecer durante o sobreparto, e, bem assim, contra a menstruação difícil e a supressão dos lóquios.
Reumatismo — Na medicina doméstica é muito conhecida a raiz da abútua, que se tornou famosa ultimamente por seus efeitos curativos em casos de reumatismo.
É efetivamente, um excelente remédio para os que sofrem desta enfermidade.
Princípios Ativo : alcaloides derivados bisbenzil-isoquinolínicos: berberina, bebeerina, buxina, condronina, pilosina, condro-deninae oxibebeerina; Mucilagem; Resinas.
Toxicologia : Pode produzir aborto, se a dose for excessiva.
É um medicamento tóxico, de uso perigoso.
Recomenda-se dar preferência a tintura preparada em laboratórios.
Em mulheres férteis que querem engravidar pois a abutua pode impedir a nidação do ovo.
Posologia:
Adultos:
10 à 20ml de tintura divididos em 2 ou 3 doses diárias, diluídos em água 2g de erva seca (1 colher de sopa para cada xícara de água) de cascas e raízes em decocto até 3 vezes ao dia.
Crianças
De 2 a 5 anos: 2 ml 3 vezes ao dia, às refeições.
De 5 a 8 anos: 3 ml 3 vezes ao dia, às refeições.
De 8 a 12 anos: 4ml 3 vezes ao dia, às refeições.
Posologia por peso corporal:
0,4mg/Kg/dia. As pesquisas garantem o uso em humanos nas doses indicadas.
A DLM é acima de 300 ml para um adulto com mais de 60 Kg.
Os efeitos da intoxicação incluem taquicardia, taquipneia, hipotensão, arritmias e morte.
Precauções e efeitos colaterais: Em doses muito elevadas há perigo de efeito cardiotônico e curarizante.
Os efeitos da intoxicação incluem taquicardia, taquipneia, hipotensão, arritmias e morte.
Até o presente, o uso das doses recomendadas não apresentou nenhum efeito colateral.
Superdosagem: Devera ser feito o esvaziamento gástrico, a lavagem com soro fisiológico e colocação de sonda nasogástrica.
As resinas podem causar cólicas e diarreias, justificando o uso da hioscina.
Em caso de fraqueza muscular e taquipneia deverá ser usado um anticolinesterásico.
O choque deve ser tratado com aminas simpaticomiméíicas (dopamina e dobutamina) e vasopressores.
Interação medicamentosa: A abutua potencializa as medicações curarizantes.
Seu uso deve ser suspenso 1 semana antes de cirurgias com anestesia geral, para evitar e recurarização.