ORIGEM: Planta forrageira da família das leguminosas, de ciclo de crescimento perene, com origem do seu cultivo no sudeste asiático, o que lhe confere características básicas de planta de clima temperado. Pela qualidade de forragem proporcionada é considerada a Rainha das Forrageiras.
No Brasil teve sua introdução no século passado com a imigração européia direcionada para o sul, mais especificamente no estado do Rio Grande do Sul, sofrendo ao longo dos anos processos de adaptação às condições climáticas e edáficas do sul do Brasil, que com o passar do tempo adotou-se a nomenclatura de "Crioula". A Crioula é hoje a variedade mais produtiva e mais adaptada às condições do sul e sudeste brasileiro, sendo assim a única variedade a ser recomendada para as nossas condições de cultivo.
SOLOS: O fator solo é de fundamental importância no que diz respeito ao estabelecimento, produtividade e longevidade da cultura. A Alfafa, devido ao seu sistema radicular pivotante, prefere solos profundos, bem drenados, se adaptando melhor em solos areno-argilosos, não sendo a textura fator limitante, mas a estrutura que deve ser adequadam evitando-se solos compactados. A Alfafa não tolera solos encharcados ou sujeitos a inundações. Nos aspectos químicos é exigente em PH, preferindo solos próximos a neutralidade com PH entre 6,0 e 7,5. Definitivamente não suporta PH baixos. Elevados teores de alumínio e manganês trocáveis bem como baixos teores de fósforo, potássio, cálcio, magnésio, enxofre e micronutrientes, principalmente boro, zinco, cobalto e molibdênio são extremamente limitantes ao desenvolvimento e produtividade da Alfafa. Teor adequado de matéria orgânica também é fundamental para a cultura.
CLIMA: A variedade Crioula está adaptada aos diversos tipos de climas e microclimas do sul e sudeste brasileiro. A sua produtividade altera-se em função da variação de temperatura, fotoperíodo e regimes pluviométricos. Obtém maior produtividade nas estações de primavera e outono, época em que o clima é mais ameno, sem o rigor do e verão e/ou inverno. Prefere regiões onde as chuvas sejam bem distribuídas com mais de 900 mm anuais de precipitação pluviométricas, sem ocorrência de períodos com excesso ou falta de água. Nas regiões onde os períodos de secas são prolongadas, pode produzir satisfatoriamente desde que usada irrigação adequada.
COMPOSIÇÃO: A Alfafa Crioula, no que se refere a sua constituição química é uma forrageira rica em proteínas, sais minerais, vitaminas, teor de energia bruta, cálcio, fósforo, potássio, betacaroteno e outros elementos importantes. Apresenta forragem tenra, suculenta e muito palatável, sendo extremamente bem aceita pelos animais tanto recém cortada, enfenada ou em forma de silagem pré-secada.
CARACTERÍSTICAS: A Crioula destaca-se por não apresentar durante o seu desenvolvimento, queda de folhas, proporcionando a vantagem de possibilitar maiores índices fotossintéticos, o que resulta em maior acúmulo de reservas nas raízes e coroa das plantas e favorece o rebrote intenso e vigoroso, ocasionando rápida recuperação após o corte. O crescimento do caule é ereto, o que facilita os cortes e permite boa produtividade ao longo do ano. O fato de reter as folhas, mesmo após o corte, permite a produção de feno de excelente qualidade.
PRODUÇÃO: Em condições experimentais em termos de potencialidade, a Alfafa Crioula, com fertilizações e irrigação adequadas, em solos arenosos e areno-argilosos, pode atingir no 2º ano produção de até 23 ton massa seca/ha, em 06 cortes anuais.