quarta-feira, 25 de dezembro de 2019

Armillaria

Armillaria


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Como ler uma infocaixa de taxonomiaArmillaria
Classificação científica
Reino:Fungi
Filo:Basidiomycota
Classe:Agaricomycetes
Ordem:Agaricales
Família:Physalacriaceae
Género:Armillaria
(Fr.) Staude
Espécie-tipo
Armillaria mellea
(Vahl) P. Kumm.
A. cepistipes
A. borealis
A. gallica
A. luteobubalina
A. tabescens
Armillaria é um género de fungos parasitas que vivem em árvores e arbustos lenhosos. Inclui mais de 40 espécies antes agrupadas numa única, A. mellea. Estes fungos têm uma vida longa e formam alguns dos maiores organismos do mundo. O maior organismo individual (da espécie Armillaria ostoyae) cobre mais de 8.9 km² e tem milhares de anos de idade. Algumas espécies de Armillaria formam micorrizas de orquídeas;[1] outras, como A. gallicaA. mellea, e A. tabescens, são bioluminescentes.[2] e podem ser responsáveis por fenómenos como o fogo-fátuo.
Como patógeno florestal, Armillaria pode ser muito destrutivo. É responsável pela podridão branca das florestas e distingue-se de Tricholoma (micorrízico) por esta natureza parasítica, sendo capaz de infectar mais de 600 espécies de plantas lenhosas.[3] A sua grande destrutividade vem do facto de, ao contrário da maioria dos parasitas, não necessitar de moderar o seu crescimento de forma a evitar matar o seu hospedeiro, uma vez que continuará a desenvolver-se sobre a matéria morta. É o maior ser vivo do mundo

Descrição[editar | editar código-fonte]

Os corpos frutíferos são cogumelos que crescem em madeira, tipicamente em pequenos amontoados densos. Os seus chapéus são tipicamente amarelo-acastanhados, algo pegajosos ao toque quando húmidos, e, dependendo da idade, com forma cónica a convexa. O  pode ou não ter anel. Todas as espécies de Armillaria têm esporada branca e nenhuma tem volva.[5]
Espécies grosseiramente similares são Pholiota spp. que também cresce em amontoados cespitosos em madeira e que frutificam no outono. Porém Pholiota spp. têm aparência amarelada a amarelo-esverdeada e esporada castanho-escura a castanho-acinzentada. Os colectores de cogumelos necessitam ter especial cuidado com Galerina spp. que pode crescer lado a lado com Armillaria spp. também em madeira. Galerina tem esporada castanho-escura e é mortal.

Patologia vegetal[editar | editar código-fonte]

É um organismo patogénico que afecta árvoresarbustos, trepadeiras lenhosas e, raramente herbáceas perenes lenhosas. Desenvolve-se sobre árvores vivas bem como em material lenhoso em decomposição.
Dispersa-se por meio de rizomorfos semelhantes a raízes de cor castanho-avermelhada a negra, à velocidade de aproximadamente 1 m por ano, embora a infecção por contacto radicular seja também possível. A infecção por esporos é rara. Os rizomorfos desenvolvem-se relativamente próximo da superfície do solo (nos 20 cm superiores) e invadem novas raízes de plantas lenhosas. Uma árvore infectada morrerá assim que o fungo a rodear, ou quando tiver ocorrido morte radicular significativa. Tal pode suceder rapidamente, ou pode levar vários anos a acontecer. As plantas infectadas deterioram-se, embora possam apresentar produção prolífica de flores e frutos pouco antes de morrerem.
Os sintomas iniciais de infecção incluem a morte de ramos folhosos ou o não aparecimento de de folhas na primavera. Filamentos negros semelhantes a atacadores de sapatos surgem sob a casca e em volta da árvore, e os corpos frutíferos crescem em amontoados desde a planta afectada desaparecendo após a primeira geada. Porém, estes sinais não significam necessariamente que as estirpes patogénicas deste fungo sejam a causa do declínio ou morte da planta, pelo que outros métodos de identificação deverão ser usados antes de fazer o diagnóstico. A presença de camadas finas de micélio, exalando forte odor a cogumelos, sob a casca na base do tronco ou caule, por vezes estendendo-se para cima, ou uma goma ou resina exsudando de fissuras na casca de coníferas indicam que o fungo será a causa provável do problema.

Taxonomia[editar | editar código-fonte]

Muitas espécies são difíceis ou impossíveis de distinguir-se de outras usando características observáveis; testes laboratoriais de incompatibilidade são muitas vezes usados em culturas puras para determinar a espécie de modo fiável. Devido às dificuldades colocadas à identificação rotineira das espécies, o uso de sequenciação de ADN e filogenética tornou-se o método padrão para ajudar a clarificar relações entre as espécies. As espécies diferem na sua distribuição geográfica e posição ecológica, especificidade de hospedeiros, caracteres micro e macroscópicos, e também quanto à sua agressividade na colonização de hospedeiros lenhosos. Segue-se uma lista de espécies de Armillaria baseada na resenha taxonómica de Daniel Pegler em 2000,[6] bem como em espécies novas publicadas desde então.[7]
Espécie
autoridade
 Ano DistribuiçãoReferências[nb 1]
Armillaria adelpha
(Berk.Sacc.
1887Ásia[8]
Armillaria apalosclerus
(Berk.) Chandra & Watl.
1981Ásia[9]
Armillaria affinis
(Singer) T.J. Volk & Burds.
1995América Central[10]
Armillaria borealis
Marxm. & Korhonen
1982Europa
Ásia
[11][12]
Armillaria calvescens
Bérubé & Dessur.
1989América do Norte[13]
Armillaria camerunensis
(Henn.) Courtec.
1995África[14]
Armillaria cepistipes
Velen.
1920Europa
Ásia
[15][16]
Armillaria dicupella
(Berk.Sacc.
1887Ásia[8]
Armillaria duplicata
(Berk.Sacc.
1887Ásia[8]
Armillaria ectypa
(Fr.) Lamoure
1965Europa[17]
Armillaria fellea
(Hongo) Kile & Watl.
1983Austrália[18]
Armillaria fumosa
Kile & Watl.
1983Austrália[18]
Armillaria fuscipes
Petch
1909Ásia
África
[19][20]
Armillaria gallica
Marxm. & Romagn.
1987América do Norte
Ásia
Europa
África
[12][16][21]
Armillaria gemina
Bérubé & Dessur.
1989América do Norte[13]
Armillaria griseomellea
(Singer) Kile & Watl.
1983América do Norte
América do Sul
[18][22]
Armillaria heimii
Pegler
1977África[23]
Armillaria hinnulea
Kile & Watling
1983AustralÁsia[18]
Armillaria horrens
(Berk.Sacc.
1887Ásia[8]
Armillaria jezoenis
J.Y. Cha & Igararashi
1994Ásia[24]
Armillaria laricina
(Bolton) Sacc.
1887Europa[8]
Armillaria limonea
(G. Stev.) Boesew.
1977AustralÁsia
América do Sul
[25]
Armillaria luteobubalina
Watling & Kile
1978AustralÁsia
América do Sul
[18][26]
Armillaria mellea
(Vahl) P. Kumm
1871Europa
Ásia
[12][27]
Armillaria melleorubens
(Berk. & M.A. Curtis) Sacc.
1887América do Norte[8]
Armillaria montagnei
(Singer) Herink
1973Europa
América do Sul
[28]
Armillaria multicolor
(Berk.Sacc.
1887Ásia[8]
Armillaria nabsnona
T.J. Volk & Burds.
1996América do Norte
Ásia
[16][29]
Armillaria nigropunctata
(Fr.) Herink
1973Europa[28]
Armillaria novae-zelandiae
(G. Stev.) Boesew.
1973AustralÁsia
América do Sul
[25]
Armillaria omnituens
(Berk.Sacc.
1887Ásia[8]
Armillaria ostoyae
(Romagn.) Herink
1973Europa
Ásia
[12][16][28]
Armillaria pallidula
Kile & Watl.
1988Austrália[30]
Armillaria paulensis
Capelari
2007América do Sul[7]
Armillaria pelliculata
Beeli
1927África[31]
Armillaria procera
Speg.
1889América do Sul[32]
Armillaria puiggarii
Speg.
1889América do Sul[32]
Armillaria sinapina
Bérubé & Dessur.
1988América do Norte
Ásia
[12][16][33]
Armillaria singula
J.Y. Cha & Igarashi
1994Ásia[24]
Armillaria socialis
(DC.) Fayod
1889Ásia
Europa
América do Norte
[34][35]
Armillaria sparrei
(Singer) Herink
1973América do Norte
América do Sul
[28]
Armillaria tabescens
(Scop.) Emel
1921Europa
Ásia
[12][36]
Armillaria tigrensis
(Singer) T.J. Volk & Burds.
1983América do Sul[10]
Armillaria vara
(Berk.Sacc.
1887Ásia[8]
Armillaria viridiflava
(Singer) T.J. Volk & Burds.
1995América do Sul[10]
Armillaria yungensis
(Singer) Herink
1973América do Sul[28]